Um violoncelo é composto de aproximadamente 70 partes. A qualidade da madeira é extremamente importante, pois dela resultará num instrumento de qualidade e som superiores. A seleção da madeira é feita dando-se preferência àquela que tiver um desenho de anéis de crescimento estreito e regular. A espessura ideal da madeira (tampo e fundo) deve ser a menor possível, desde que não haja perda de resistência.
Tampo- O tampo superior é esculpido, resultando em um formato arqueado, quase sempre feito em duas partes coladas, de madeira macia e leve como pinho escocês, abeto norueguês, araucária, com espessura média de 4,5 mm. dependendo da densidade e do peso da madeira escolhida.Fundo- O fundo (costas) do violoncelo é feito de madeira mais dura. O fundo pode ser desenhado ou totalmente liso; é feito em uma só peça ou, mais freqüentemente, de duas partes iguais, coladas. Assim como o tampo, ele é abaulado e sua espessura varia, sendo mais espesso ao centro. Quanto mais grossa a madeira, mais agudo o som produzido. É importante que o tampo e o fundo produzam sons com intervalo de pelo menos meio tom, de forma a assegurar um equilíbrio na resposta harmônica do instrumento.O fundo do cello age mais como refletor do som, ao contrário do tampo, onde se iniciam as vibrações da caixa acústica. Se a cunha retirada da tora não possuir largura suficiente para um fundo inteiro o lutaio pode optar por fazê-lo em duas partes. Cola-se as duas partes da cunha pela área mais grossa e portanto com os anéis de crescimento da árvore mais externos e novos.
Os "Efes" - Os recortes em forma de f são cortados depois de cuidadoso estudo para encontrar a posição ideal, sendo simétricos em relação à linha média que divide o tampo em duas partes iguais. Os pequenos entalhes encontrados ao lado dos efes foram feitos para mostrar a posição do cavalete em cima do tampo.
O Filete geralmente consiste de três lâminas finas de madeira encrostadas, bem próximas das bordas, tanto no fundo quanto no tampo, que enfatizam a beleza do formato do violoncelo, servindo também como proteção contra qualquer dano feito às bordas do instrumento. Normalmente as duas lâminas externas são feitas de madeira tingida, e a central em madeira clara.
As Faixas (laterais) são feitas em seis partes, com espessura aproximada de 2 mm, e cortadas da mesma madeira usada para o fundo. Isso faz com que os desenhos sejam semelhantes e que, talvez mais importantemente, as faixas e o fundo apresentam o mesmo índice de dilatação e contração, evitando assim rachaduras. Depois de cortadas, as faixas são moldadas sobre ferro quente para se obter a curvatura desejada, processo esse que exige grande cuidado para que a madeira não queime, nem seja danificada.
O Interior do Violoncelo contém muitas partes que não são visíveis e são extremamente importantes. As contrafaixas são formadas por 12 partes de pequenas tiras feitas de madeiras leves, como às do tampo, coladas nas beiradas das faixas para que, quando elas forem coladas ao tampo e ao fundo, haja uma área maior de contato. Ao mesmo tempo, seis blocos da mesma madeira são colocados, um em cada canto do instrumento, com as contrafaixas incrustadas para evitar deslocamento, um na parte superior, onde é encaixado e colado o braço do instrumento, e o último na parte inferior, com um orifício perfurado onde se encaixará o espigão.
A Barra Harmônica é colada no interior do tampo, passando debaixo do pé esquerdo do cavalete, do lado das cordas mais graves, e seu comprimento é de cerca de 6/8 do comprimento do tampo. Sua espessura média é de 12 mm. e sua altura no centro é de aprox. 25 mm. e 5 mm. nas extremidades. Estruturalmente, serve para reforçar o tampo devido à enorme pressão sofrida pelo instrumento na área ocupada pelo cavalete e por isso é mais alta nessa região.
A Alma é uma peça de madeira cilíndrica que se encaixa (sem ser colada) entre o tampo e o fundo, cortada de modo a combinar exatamente com as suas superfícies internas, não devendo ser muito comprida, forçando o tampo, nem muito curta, caindo quando as cordas estiverem soltas. Os veios da alma devem ser perpendiculares aos do tampo para evitar danos ao mesmo. Sua grossura é normalmente de 10 a 12 mm., e deve permitir que passe através do efe direito, pois ela é apenas colocada (um pouco abaixo do pé direito do cavalete, eqüidistante da barra harmônica) depois do instrumento pronto, com o uso de uma ferramenta especial. A barra harmônica e a alma são feitas de abeto ou pinho (a mesma madeira do tampo) e têm dupla função - acústica e estrutural.
O Braço, assim como a voluta, são
esculpidos de madeira maciça do mesmo tipo à do fundo e faixas,
tendo aprox. 2/3 do comprimento do tampo, com a distância aproximada
de 28,5 cm. da pestana até o corpo do violoncelo.
A Voluta abriga
a caixa de cravelhas e termina esteticamente o violoncelo. É a assinatura
do lutaio, pois seu entalhe é sempre muito pessoal. A caixa
de cravelhas contém as 4 cravelhas onde serão presas
as cordas. Entre o braço e o entalhe são perfurados, lateralmente,
4 orifícios e depois o lutaio escavará um vão, em sentido
vertical, então formando a caixa.
O
acabamento é em Verniz, que é
feito em vários matizes de marrom, vermelho, laranja ou amarelo e que
tanto pode ser à base de óleo (como usavam os antigos lutaios
italianos), quanto à base de álcool (mais comum atualmente,
por ter a propriedade de secar em menos tempo). No entanto, este último
é mais quebradiço e menos flexível que o primeiro. 0
verniz italiano dos séculos XVII e XVIII sempre foi louvado, principalmente
por sua beleza, transparência e brilho, aliados à maravilhosa
profundidade da cor. A aplicação do verniz é precedida
do lixamento da madeira com pedra-pomes e a aplicação de uma
base feita de uma substância que teve sucesso na preservação
de grandes instrumentos, mesmo quando o verniz já havia desaparecido.
Esse processo resulta num acabamento forte e flexível, que protege
o instrumento por muitos e muitos anos, além de permitir que vibre
livremente, o que é de suma importância. Ainda hoje o procedimento
é praticamente igual, mesmo quando o lutaio prefere usar um verniz
à base de álcool. Um bom verniz não melhora um mau instrumento
mas, certamente, um mau verniz pode arruinar um bom violoncelo.
As
cravelhas
são encaixadas cuidadosamente nos quatro orifícios anteriormente
perfurados na voluta (caixa de cravelhas) e servem para prender as cordas
e afiná-las. O espelho
é colado
no braço do violoncelo e sobre sua superfície o instrumentista
pressionará as cordas. Ele geralmente tem 60,5 cm. de comprimento e
tem um perfil curvo para que as cordas possam ser tocadas individualmente.
O estandarte
tem a finalidade de servir de suporte às cordas. É preso por
uma peça resistente de tripa ou plástico, passando por cima
da pestana (que a mantém isolada do tampo), e dá a volta em
torno da base do espigão.
Dependendo
do tipo de corda, usam-se até quatro afinadores
finos, feitos de metal, que são colocados no estandarte
e, nesse caso, seguram as extremidades das cordas. O estandarte pode ser trocado
por outro de metal, plástico ou ainda de madeira, que já contenha
os afinadores embutidos. Também são usados eliminadores de tons-uivados,
que são colocados na corda, entre o estandarte e a fixação.
As
cravelhas, o espelho, as duas pestanas e o estandarte geralmente são
feitos de madeira muito dura e densa; o ébano é a madeira mais
usada. Entretanto, as cravelhas e o estandarte podem ser feitos, entre outras,
de pau-rosa, jacarandá-da-Bahia ou buxo, madeiras de coloração
avermelhada ou amarelada.
O
cavalete é feito de bordo e seus dois pés são
apoiados na parte central do tampo, entre os effes. Sua curvatura, na parte
superior, acompanha a do espelho e permite que cada corda possa ser tocada
separadamente, ou duas a duas. Antigamente sua curvatura era menor, sempre
acompanhando a do espelho e se podia tocar até três cordas de
uma só vez. O cavalete é seguro apenas pela pressão exercida
pelas cordas e tem a finalidade de transmitir as vibrações das
cordas ao tampo.
As
cordas são em número de 4 e têm o comprimento
de aprox. 69 cm. da pestana até o cavalete. Antigamente elas eram feitas
apenas de tripa, mas esse hábito mudou com a era tecnológica,
e também por causa das mudanças de afinação desde
então. Atualmente a afinação é mais alta do que
na época de Haydn, quando o lá1 tinha 422 Hertz, com o lá1
atualmente variando de 440 a 444 Hertz (ciclos por segundo) em algumas orquestras.
Em nossos dias, encontramos, entre outras, cordas feitas de tripa, perlon
ou metal, enroladas em alumínio, aço, prata, etc. Se forem escolhidas
cordas com o interior de tripa ou perlon (para as cordas mais graves), não
há necessidade de afinadores, porém, se forem usadas cordas
de metal, eles se fazem indispensáveis para facilitar a afinação.
A maioria dos violoncelistas atuais dão preferência a estas últimas,
pois seguram melhor a afinação e têm sonoridade mais potente.
O
espigão - Inicialmente o corpo do violoncelo era apoiado
no chão e posteriormente era tocado como a viola da gamba, isto é,
seguro pelos joelhos do artista que o apoiava nas panturrilhas. Os primeiros
espigões surgiram no século XIX e eram feitos de madeira, sempre
destacáveis; atualmente são de metal (destacáveis ou
entrando no corpo do violoncelo), podendo ser retos (com o comprimento de
até 50 cm.) ou com angulação. O espigão proporciona
maior conforto ao artista, apoiando o violoncelo no chão.
Então gente eu retirei essa informações que eu acho muito importante desses dois sites que estarão ai embaixo!
http://cellosertao.blogspot.com.br/2011/08/as-partes-do-violoncelo.html;
http://www.mlopes.eng.br/cello/partes.htm
bj! da Malu!
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